sábado, agosto 21, 2010

Fogos e conservação de Quirópteros II


Foto de Luís Braz.

Os incêndios florestais (e não só) são uma das ameaças para os morcegos, provocando a destruição directa do seu habitat em especial mas zonas de criação e alimentação. Contudo, a morte directa (ou indirecta) de indivíduos também acontecesse, é o caso deste Pipistrellus pipistrellus encontrado encima de uma pedra ao sol e desprotegido na Ribeira da Caniça (Seia) no dia seguinte a um grande incêndio. Como se pode observar na foto as partes de um morcego mais susceptíveis de sofrerem queimaduras são as asas, impedindo que o animal voe, e por conseguinte que se alimente, provocando a sua morte por desidratação ou desnutrição.

P.S. Infelizmente este morcego morreu a caminho do CERVAS.

3 comentários:

Henrique Pereira dos Santos disse...

Paulo,
Tenho as minhas dúvidas sobre o impacto dos fogos na conservação dos morcegos. Não pela minha reiterada oposição em que se transfira a morte de indivíduos para impactos sobre espécies, mas porque se há grupo que me parece beneficiar com os fogos são os insectos, base da alimentação dos morcegos.
Uma das características mais evidentes de uma área ardida em recuperação é a zoada permanente dos insectos.
henrique pereira dos santos

Paulo Barros disse...

Henrique,

Isso é verdade, e admito que para algumas espécies (as menos especialistas ou mais generalista e globalmente as menos ameaçadas) assim o seja, mas para outras (as mais especialista e globalmente as mais ameaçadas ou DD) já não estou de acordo. Uma coisa é haver aumento de recursos alimentares (e isso é verdade), outra é esse recurso estar disponível. Para algumas espécies a ausência de elementos de paisagem é um factor limitante, quer para caçar quer para dispersarem, visto não utilizar zonas desarborizadas, pois necessitam de elementos conectores (arvores ou arbustos de grande porte) da paisagem para caçar, dispersarem e colonizarem novas áreas.

Paulo Barros

Henrique Pereira dos Santos disse...

Registo a informação que desconhecia. Ainda assim sobram muitos áreas de ecótono, visto ser relativamente rara a existência de fogos que não deixem árvores em pé, manchas não ardidas e etc.
henrique pereira dos santos