terça-feira, agosto 10, 2010

Uma mentira inaceitável

Só agora li as declarações de Rui Pereira, Ministro da Administração Interna.
Eu sei que a situação está difícil mas a afirmação de que as condições que se vivem são idênticas às de 2003 é uma mentira que o Ministro não pode deixar de saber que é mentira e que é dita por puras razões de propaganda.
É uma mentira totalmente inaceitável por parte de um Governo que sempre tratou este assunto sobretudo como um pretexto para propaganda e que agora, vendo ruir o castelo de mentiras levantadas sobre o assunto, tenta esta fuga em frente:
"O ministro garantiu também que actualmente “o sistema de protecção civil é muito mais competente, eficiente e eficaz do que era há uns anos”, ressalvando que, em condições de severidade tão duras como em 2003 e o número de ignições idênticas, a área ardida é um décimo”."
O que é mentira não é a primeira parte das afirmações, de que o sistema está melhor. O que é mentira é atribuir a isso os bons resultados dos anos anteriores. E sobretudo querer agora intrujar toda a gente dizendo que as condições são as mesmas de 2003.
Não são e o ministro tem de saber que não são.
Um nojo.
henrique pereira dos santos

10 comentários:

Henk Feith disse...

Henrique,

A essa junta-se outra, que afirma que a ANPC fez um excelente trabalho nas últimas semanas por não ardeu nenhuma casa (a de não ter vítimas mortais já caíu por terra, infelizmente). Se então a eficácia do sistema nacional de prevenção (!) de fogos é medida no número de casas ardidas, então não compreendo todo o aparato montado para combater fogos florestais.

E afinal, também pelas palavras do ministro, todo o ano que não tem números semelhantes a 2003 já é um bom ano. Portanto, os objetivos estabelecidos (100 mil hectares, nº de fogos de duração superior a 24 horas etc.) já estão na gaveta quando falhados.

Henk Feith

Henk Feith disse...

Henrique,

A essa junta-se outra, que afirma que a ANPC fez um excelente trabalho nas últimas semanas por não ardeu nenhuma casa (a de não ter vítimas mortais já caíu por terra, infelizmente). Se então a eficácia do sistema nacional de prevenção (!) de fogos é medida no número de casas ardidas, então não compreendo todo o aparato montado para combater fogos florestais.

E afinal, também pelas palavras do ministro, todo o ano que não tem números semelhantes a 2003 já é um bom ano. Portanto, os objetivos estabelecidos (100 mil hectares, nº de fogos de duração superior a 24 horas etc.) já estão na gaveta quando falhados.

Henk Feith

Henk Feith disse...

Henrique,

A essa junta-se outra, que afirma que a ANPC fez um excelente trabalho nas últimas semanas por não ardeu nenhuma casa (a de não ter vítimas mortais já caíu por terra, infelizmente). Se então a eficácia do sistema nacional de prevenção (!) de fogos é medida no número de casas ardidas, então não compreendo todo o aparato montado para combater fogos florestais.

E afinal, também pelas palavras do ministro, todo o ano que não tem números semelhantes a 2003 já é um bom ano. Portanto, os objetivos estabelecidos (100 mil hectares, nº de fogos de duração superior a 24 horas etc.) já estão na gaveta quando falhados.

Henk Feith

Anónimo disse...

Mas se sabe tanto de incêndios porque é que não tem uma empresa de consultadoria em incêndios? Ajudava a combater o desemprego, o défice orçamental exportando know how para os EUA, a Rússia, a Espanha, o Brasil... e ainda ficava rico.
Em vez disso o que é que faz? Deixe-me adivinhar! Está em trânsito entre dois empregos de mamanço na teta do Estado, obtidos por nomeação política, e como tempo é coisa que não lhe falta, anda pela net a dizer umas boçalidades...

Henrique Pereira dos Santos disse...

Caro Anónimo,
Esta enganado, não sei muito de incêndios, o que sei alguma coisa é de paisagem e gestão da biodiversidade e sou de facto consultor independente nessa área.
Tenho escrito bastante sobre fogos porque é um dos mais poderosos e importante factores de modelação e gestão da paisagem.
E também porque acho que tenho o dever cívico de tentar pôr algum senso na deriva propagandística, militar e despesista em que se transformou este problema que é de facto um problema sério do país.
E tenho também outra coisa: um nome e uma cara que se responsabilizam pelo que digo.
A si, a quem falta cara e nome, e provavelmente espinha, não lhe peço que se responsabilize pelo que diz porque sei que não se pode pedir às pessoas mais do que aquilo que podem dar, peço-lhe simplesmente que use argumentos, que diga que está errado o que digo e porquê.
É tão simples.
henrique pereira dos santos

Anónimo disse...

Olha um blasfemo tresmalhado!

IsabelPS

Miguel Galante disse...

É lamentável a forma como certas pessoas, que apenas procuram o protagonismo pessoal à custa da maldicencia, abusam do espaço cibernáutico.

Caro Henrique Pereira dos Santos, é lamentável ignorar que os indices de severidade diária não estão ao nível de 2003. É pena que antes de falar não se documente. Basta consultar os relatórios quinzenais da AFN que encontra a informação que necessita para falar com conhecimento.

O sistema que Portugal tem vindo a implementar após os incêndios de 2005 ainda não é perfeito, mas nota-se bem a diferença face ao caos de desorganização que se viveu em 2003. Só não vê quem não quer, os profetas do apocalipse do costume.

Você é uma espécie de Miguel Sousa Tavares da Blogosfera, para quem já não há paciência.

Leia, cultive-se e sobretudo, tenha mais tento na lingua quando fala das pesssoas. A sua verborreia é um nojo!


A terminar, uma palavra de coragem para as mulheres e homens que nestes dias dificeis têm enfrentado o combate aos incêndios florestais.

Miguel Galante

Henrique Pereira dos Santos disse...

Caro Miguel Galante,
Agradeço-lhe francamente que tenha assinado com o seu nome.
De tudo o que diz, apenas uma coisa é um argumento que contesta o que digo: admitindo que se enganou e escreveu um "não" a mais, diz que não tenho razão porque os índices usados oficialmente estão nos mesmos valores que em 2003.
Acontece que se se desse ao trabalho de ler mais uns posts saberia que eu contesto a capacidade de discriminação desses índices, que atingem o máximo demasiado cedo. O que significa que esses índices são máximos um ror de dias por ano e em áreas geográficas demasiado extensas (eu aqui sentado a olhar para previsões meteorológicas tenho previsto com mais precisão o que vai acontecer que os índices).
Mas como o que me interessa discutir é a realidade e não os índices, gostaria que comparasse a velocidade do vento em 2003 e a destes dias. E a sua direcção. E os teores de humidade. E o número de dias seguidos de vento forte e seco (aliás, quase seguidos, porque no dia 3 de Agosto o vento roda para Sul e no dia seguinte retoma a orientação Leste, com efeitos desastrosos quer na organização do dispositivo, quer sobretudo no aumento das frentes de fogo).
Qualquer observador independente confirmará isto que lhe estou a dizer, se não quiser confirmar com os números.
O que acontece é que os índices, como atingem o máximo em condições ainda geriveis, não distinguem as condições extremas das condições apenas dificeis. O que não autoriza ninguem a dizer que as condições são iguais, só autoriza as pessoas a dizer que os índices são os mesmos.
Quer discutir isto com base em factos, ou prefere refugiar-se no facto dos relatórios oficiais dizerem o que dizem?
Quanto á questão do dispositivo.
Não me viu em lado nenhum criticar o dispositivo ou negar as melhorias (embora refira com frequência a mais que duplicação do custo). O que me vê criticar (muito antes deste Governo, desde o governo Guterres critiquei todos os governos nesta matéria pelas mesmas razões) é a opção política de tratar a gestão do fogo como se fosse um problema de protecção civil e não um problema de economia rural.
Em vários comentários e posts tenho dito que os responsáveis por isto é o Sr. Ministro da Agricultura e o Sr. Primeiro Ministro. O Sr. Ministro da Administração Interna é responsável por dizer coisas que não devia, algumas delas que tem a obrigação de saber que estão erradas, como esta das condições de 2003, mas é mais uma vítima das circunstâncias que um verdadeiro responsável pelo que acontece.
henrique pereira dos santos

Henrique Pereira dos Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Henrique Pereira dos Santos disse...
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