Há uns dias o Público noticiava uma história de ursos apreendidos. Há mais de duas décadas que ouço histórias deste género com intérpretes diversos. Umas vezes com macacos, outras com tartarugas e várias outras com outra bicharada qualquer. No essencial a história repete-se. Há uma situação ilegal qualquer e o Estado, por vezes empurrado pela pressão mediática, aparece. Apreende e, até ver, torna fiéis depositários os responsáveis. O impasse eterniza-se. As condições de higiene e de segurança mantêm-se, os “direitos” dos animais também. Não parece existir qualquer ganho ao nível da conservação da natureza. Pontualmente, um dia mais tarde, muitos anos depois, lá aparece outra vez a comunicação social a apontar o dedo, agora definitivamente ao Estado.
Quando um Estado apreende, por uma qualquer ilegalidade e durante anos a fio mantém os animais nas mesmíssimas condições que os encontrou, quando um Estado depende da pressão mediática para actuar… resta-lhe, eventualmente, a sua legitimidade legal. Porque quanto à moral, estamos conversados.
Gonçalo Rosa
1 comentário:
A propósito de ursos e conservação da natureza:
http://www.elmundo.es/elmundo/2010/10/29/ciencia/1288351520.html
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