sábado, novembro 13, 2010

Os deputados e o ácido com muita estriquinina

Li, de olhos arregalados e cérebro congelado, que os deputados que me representam aprovaram esta resolução sobre fogos e áreas protegidas: ler, sentado, aqui.
É certo que, por causa de resoluções como esta, as resoluções da Assembleia da República não valem o papel em que são impressas. Não vou perder tempo a discutir as consequências de alguém levar a sério esta resolução porque seria discutir o absurdo.
Mas vale a pena discutir o que esta resolução (e a sua aprovação por esmagadora maioria) significa do ponto de vista do que é hoje, partidariamente, a política de conservação da natureza.
Aqui há tempos, comentei uma posição do bloco de esquerda sobre o mesmo assunto, tentando explicar tecnicamente uma ou duas coisas essenciais na discussão sobre fogos e biodiversidade.
Mas que esta resolução tenha sido aprovada por todos os deputados menos os do PS (calculo que por mera partidarite é que os votos se dividem assim) é uma coisa extraordinária.
Vejamos.
O Srs. Deputados, que têm larga maioria na Assembleia, aprovam uma resolução que defende "1 — A revisão radical e global das políticas para as áreas protegidas, nomeadamente das que suportam e enformam a elaboração dos planos de ordenamento e enquadram a sua gestão".
A minha pergunta é: sendo esta matéria uma questão de enquadramento legal, e sendo a Assembleia o poder legislativo, o que impede os Srs. Deputados de simplesmente aprovarem um diploma que materialize o que recomendam ao Governo que faça? Nada, a não ser evidentemente o facto dos Srs. Deputados não estarem interessados em concretizar o que querem que se faça.
A resolução defende: "a) O aproveitamento pleno de todas as potencialidades das áreas protegidas a favor dos seus residentes, que devem ser os primeiros e principais destinatários das políticas públicas para os parques naturais". Como? As áreas protegidas têm como missão favorecer os seus residentes? Estou a ver, como os Srs. Deputados estão muito à frente e entendem que as políticas de conservação dos valores naturais devem ser feitas transversalmente, acham que todos os ministérios e o poder local estão focados na promoção e conservação dos valores naturais. Assim sendo, alguém tem de facto de defender as populações locais, completamente desprotegidas face ao avassalador peso da conservação do património natural nas políticas públicas levadas a cabo por toda a administração, com excepção da direcção das áreas protegidas. Estou mesmo a ver o PCP, que propôs a resolução, a defender que o objectivo das políticas públicas que têm como objecto conservar o mosteiro da Batalha é favorecer os herdeiros dos frades que o habitaram e foram expulsos, porque o relevante no mosteiro da Batalha são as suas populações residentes e não o património. Percebo. E percebo tanto melhor quanto me lembro de ter visitado o parque nacional de Plitvice, ainda no tempo em que a Juguslávia era governada pelo Partido Comunista, onde deixaram uma aldeia cheia de funcionários a fingir de aldeãos, e expulsaram todo o resto da população residente (à semelhança de muitas outras áreas protegidas pelo mundo) para garantir a conservação dos valores naturais (aliás deslumbrantes).
A resolução defende: "b) Condicionar qualquer novo agravamento das limitações ou restrições das actividades económicas, sociais ou outras, pondo em causa a exploração de potencialidades e recursos do território, com excepção das que sejam livre e claramente negociadas com as comunidades locais; caminhar no sentido da redução e simplificação dos actuais e exagerados pedidos de autorizações e licenciamentos nas actividades dos moradores;". Faz sentido. Uma área protegida mas que não proteja, portanto. Se uma pedreira destrói um algar único em Portugal (quiçá no mundo), era o que mais faltava que a actividade fosse condicionada por esse pequeno pormenor sem o acordo do dono da pedreira ou da comissão de compartes que recebe a renda da pedreira em causa. Áreas protegidas sim, mas desde que essa protecção não afecte as actividades que, por afectarem o património a proteger, motivam a criação da área protegida.
A resolução defende: "e) Estabelecer compensações para impedimentos — proibições, limitações ou condicionamentos — no uso e exploração de recursos e potencialidades do território (na agricultura, energia, cinegética e outros. A eliminação de fontes de receitas e emprego às comunidades ou aos cidadãos, ou acrescentando custos às actividades económicas e sociais, deve ser ressarcida/compensada pelo Estado, inclusive com benefícios fiscais. Se um País quer ter áreas protegidas, tem de suportar solidariamente com dinheiros públicos, de todos os contribuintes, os seus custos. Não podem ser um encargo exclusivo dos que moram nesse território;". Não tenho dúvidas de que os Srs. Deputados, que têm larga maioria, vão aproveitar a oportunidade da discussão do orçamento do Estado para levarem estas ideias à prática. Têm razão. Onde já se viu interditar a caça ou a extracção de areias dos leitos dos rios ou condicionar a licença para eólicos e barragens em áreas de elevado valor de conservação? Que ideia mais estúpida. O adequado é que alguém proponha uma barragem catastrófica para o património natural e que o seu chumbo obrigue todos os contribuintes a ressarcir cada um dos residentes na área protegida pelo que poderiam ter ganho e não ganharam. Mais ou menos como se o Estado adoptasse a ideia de ressarcir os ladrões de bancos pelos facto da polícia os frustrar. Uma espécie de indemnização por lucros vincendos mas sem que exista actividade prévia que sustente a possibilidade desses lucros.
A resolução defende, por causa dos fogos: "b) Incremento da actividade agrícola e da pastorícia, para diminuição do coberto vegetal e favorecer a realização das queimadas em condições e períodos adequados, disponibilizando para isso os recursos humanos necessários sempre que solicitados; considerar a instalação de centrais de biomassa com localização e dimensão adequada às disponibilidades das áreas protegidas;" Finalmente. Valeu a pena esperar tantos anos para ver o PCP reconhecer que é inaceitável que 11% dos fundos para o mundo rural sejam afundados em Alqueva, pelo que vai elaborar uma proposta para a sua reafectação para suporte da agricultura produtora de biodiversidade. Sem ironia é para mim muito gratificante ver o PCP (e com ele o Bloco, o PSD e o CDS) abandonar a lógica produtivista do apoio ao mundo rural e aderir às teses de pagamento de serviços ambientais que há muito tempo os ambientalistas reclamam. Oh, happy day.
E com esta me calo, que me pode faltar tema para fazer posts e esta resolução da Assembleia da República é muito fecunda em posts leves para a etiqueta humor.
Uma coisa é evidente para mim: os Srs. Deputados estão em inteira sintonia com o freak da Cantareira: "a vida só tem um problema/ o ácido com muita estriquinina". Outra coisa no entanto ainda precisa de ser esclarecida: ainda andam com ela na algibeira, ou uma boa parte já a conseguiu implantar directamente no cérebro?

henrique pereira dos santos

27 comentários:

Paulo Barros disse...

Nunca vi tanto disparate junto.
Do que gosto mais é “Estabelecer compensações para impedimentos.— proibições, limitações ou condicionamentos”, como diria uma amiga minha BRUUUUUUUUUUUUUUUUUTAL…

E esta resolução apareceu assim do nada?

Henrique Pereira dos Santos disse...

Não, não pareceu assim do nada. Foi proposta pelo PCP (está na sua página da actividade parlamentar) e foi aprovada com todos os votos a favor com excepção do PS (porque está no Governo, estivesse na oposição e aprovaria também).
E não há um jornalista que entreviste os responsáveis do PSD, por exemplo, sobre o assunto e as suas propostas na área da conservação.
henrique pereira dos santos

Nuno disse...

Inacreditável, valia a pena pôr em prática a sua proposta provocatória que mencionou há uns tempos- referende-se a desclassificação de património natural, se é assim tão contraditória com as prioridades das populações locais.

Nuno Oliveira

Henrique Pereira dos Santos disse...

Por mim, é já. A proposta não era provocatória, é clarificadora. Podemos fazer uma petição.
henrique pereira dos santos

piresjcr@gmail.com disse...

Isto tem mesmo piada!
Quando as decisões dos Deputados vão ao encontro dos "donos" do ambiente, é a democracia e o estado de direito a funcionarem.
Agora, que decidem pela sustentabilidade objectiva e na defesa dos direitos dos seres humanos que vivem nas áreas protegidas, já são estúpidos e ignorantes.
A ignorância está nas posições radicais e fundamentalistas dos senhores donos da verdade.
Tenham juizo...
José Carlos Pires

Henrique Pereira dos Santos disse...

José Carlos,
Os deputados enganaram-no. Eles não decidiram nada. Podiam decidir, de facto, pelo menos no enquadramento legal, mas não o fizeram porque não quiseram.
O que eles fizeram foi simplesmente enganar os ingénuos como o José Carlos que pensam que a AR lhes deu razão.
Que isto é democracia a funcionar, não tenho dúvidas. E é por isso que, democraticamente, estou aqui a pedir contas aos meus deputados que decidem uma coisa e aprovam resoluções a fingir que defendem outra.
A propósito de Juízo. O José Carlos no seu blog faz-me uma acusação que desmenti explicando-lhe que eu não sou o Henrique Miguel Pereira. Apesar de isso ser de Agosto ficava-lhe bem corrigir isso. Mesmo que o José Carlos normalmente não se preocupe muito com a verdade há quem se importe com a verdade.
henrique pereira dos santos

Luís Lavoura disse...

Inacreditável, de facto. Merece a mais total repulsa.

Paulo Barros disse...

Se esta resolução for para aplicar, todos os uso e/ou exploração em AP’s terão que ser compensados pelo estado, pois são raros os casos em que se aprove qualquer coisa em Ap’s que não tenham proibições, limitações ou condicionamentos, em alternativa sempre se podem dar pareceres tácitos o que é muito mau (talvez seja esse o objectivo da Resolução).
O estado vai ter que compensar por exemplo a:
• Todos os empreendimentos energéticos, pois nenhum é aprovado sem qualquer proibições, limitações ou condicionamentos;
• Às zonas de caça por ter limitações nos períodos, métodos e limites de abates de caça;
• Todas as pessoas no geral, por não poderem usufruírem de todo o territórios (acessos, zonas condicionas, interditas, etc…).
Poderia dar uma infinidade de exemplos em que o estado terá que pagar, por proibir, limitar ou condicionar o uso e exploração de recursos e potencialidades do território das Áreas Protegidas.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Paulo,
O mais inacreditável é que, como tu sabes, é assim quer dentro, quer fora das áreas protegidas. Se isto fosse levado a sério (o simples facto de ter sido aprovado demonstra que não é mesmo para levar a sério) teríamos um país fantástico em que as regras de condicionamento fora das áreas protegidas eram livres, mas dentro eram sujeitas a um regateio permanente de compensações.
Basta olhar para o processo perfeitamente idiota de compensações da zona Oeste pela não construção do aeroporto para perceber que o pessoal que escvreveu e aprovou isto estava mesmo a tripar.
henrique pereira dos santos

João Soares disse...

Estimado José Pires,

Os habitantes do Gerês nunca souberam nem nunca se mostraram gratificados com tantas ajudas do estado...comprem terras fora do Parque e vão ver o que realmente custa. Ingratos, ingratos... tenho pena de o conseguirem...mas maior pena é a imobilidade nacional. Tenho pena, mesmo vergonha ver a morte lenta do Parque Nacional do Gerês (no meu ponto de vista sobretudo devido à continua falta de verbas do Ministério do Ambiente -como em casa, "à falta do pão, todos berram e ninguém tem razão"- e à ingratidão enorme dos residentes. Esta AP chorada e conquistada a pulso por gerações anteriores.
Para relembrar: A criação do Parque Nacional da Peneda-Gerês não foi um acto isolado.
http://bioterra.blogspot.com/2008/10/contributos-para-histria-do-ecologismo.html
Bom pois é o regateio...Henrique estás a ser mesmo simpático...eu chamava avareza e ganância.

Miguel B. Araujo disse...

Lamentável e un bom indicador da qualidade dos deputados. Cada vez mais me convenço que um parlamento com metade dos deputados seria un parlamento que serviria melhor o país.

Alice Lobo disse...

Estimado João Soares
“Os habitantes do Gerês nunca souberam nem nunca se mostraram gratificados com tantas ajudas do estado...comprem terras fora do Parque e vão ver o que realmente custa. Ingratos, ingratos”
Isto é uma opinião de quem não sabe nada de nada sobre os habitantes do Parque Nacional da Peneda Gerês e como o sr. diz Habitantes do Gerês, é que Gerês é uma vila. No PNPG existem residentes em 4 serras das quais são tratados de forma distintas, a todos os níveis, e só pelo simples facto de pertencerem a distritos diferentes. Assim como também não deve saber as regras que um residente tem que seguir para construir ou reconstruir uma casa dentro do PNPG. Eu poderia aqui referir tantos exemplos mas devido a sua ignorância primeiro gostaria que me dissesse que tipo de ajudas os residentes do PNPG usufruíram que não outros agricultores no Alentejo por exemplo?

Em relação aos residentes as áreas protegidas não têm como missão favorecer os seus residentes, mas também não tem como missão prejudicar, mas não podemos “meter todos os residentes no mesmo saco” até porque as empresas publicas e privadas tem mais a ganhar com isto tudo que os residentes, em 2005 uma aldeia foi impedida de colocar parques eólicas pois segundo o presidente da junta a freguesia já estava a receber uma renda mensal tendo a empresa responsável pela exploração de energia eólica já instalado uma das estruturas de medição nos montes daquela aldeia. Situada em pleno coração do parque, Serra Amarela conta com cerca de 118 pessoas recenseadas, dos quais apenas noventa habitam na localidade, sendo esta uma „importante forma de gerar alguma riqueza e fixar algumas pessoas na aldeia".
assim como eu muitas pessoas são completamente contra os parque eólicos Isto é um exemplo de como os habitantes podem ser influenciados pelas empresas ( publicas) se não existirem leis concretas. Entretanto existe outras formas de favorecer os residentes temos os exemplos das mini hídricas (restaurar os imensos moinhos em abandono) mas isso já não é compensatório para o Estado. Os residentes não querem ser compensados mas também não querem ser prejudicados, por directores que não sabem o que fazem, que hoje pode –se fazer uma coisa mas amanha já não se pode fazer, mudam de ideias de opinião temos um exemplo de reflorestação que só é realizada na serra do Gerês, incentivaram a reflorestar outras áreas da serra amarela e da Peneda após tanta burocracia já não existia verbas (EU) para o projecto que eles proprio criaram. Antes de olharem para os residentes gananciosos e ingratos, olhem para o local onde voces vivem e que foram destruindo campos etc, para comprarem casas vivendas perto da praia da montanha e estão a desertificar os centros das cidades, talvez seja mais barato recontruir uma casa no centro da cidade mas voces tb nao querem pois não ?

Henrique Pereira dos Santos disse...

Alice,
As ajudas do mundo rural são majoradas no PNPG e não o são nop Alentejo (que não pertença a áreas protegidas e rede natura).
As medidas constantes dos programas para o mundo rural têm em atenção (não tanto como se gostaria) os modelos de produção do PNPG, o que não acontece em muitos outros sítios.
As áreas de caça associativa e não caça no PNPG foram financiadas durante anos pelo ICNB, o que não aconteceu em mais lado nenhum a não ser nas áreas protegidas.
O Estado central promove activamente o destino turístico PNPG, o que não acontece em muitas outras áreas. E com resultados concretos no número de visitantes e, consequentemente, na receita que deixam na região (pergunte ao José Carlos Pires que é empresário do sector e sabe muito bem que não se quer mudar para outro lado).
Durante anos e anos os proprietários do PNPG tiveram um redução na taxação dos seus bens imobiliários (penso que não se mantém, e com razão).
Compare o valor de uma casa em qualquer área do PNPG com casas semelhantes na Cabreira, por exemplo.
O PNPG criou directamente dezenas de empregos (mais no início, menos agora) e indirectamente muitos mais.
Alice,
Poderia continuar, mas não vale a pena.
Quanto às restrições isso é uma grande treta. Não quer dizer que não existam, mas é completamente falso que sejam muito mais que as que existem em outros sítios.
As eólicas, por fim, são um bom exemplo: o que ganham essas pessoas que citou com as eólicas? Nada. O dinheiro vai para a Junta de Freguesia que o torra sabe-se lá em quê (de vez em quando em coisas úteis). Mas pelo contrário, ganham muito em ter um destino turístico que se valoriza por não ter eólicas porque as transferências financeiras são menores mas a criação de emprego é incomparavelmente maior.
Alice, não tenho dúvida das suas boas intenções, mas não se deixe levar pela propaganda. Quando alguém lhe falar de restrições pergunte em concreto do que estão a falar e vai descobrir que não passam, na sua maioria, de hipótese miranbolantes de cabecinhas torcidas.
henrique pereira dos santos

Alice Lobo disse...

Nao deve comparar turismo na Serra do Gerês a outras zonas do PNPG, o turismo é condicionado pelo junho, julho e agosto, existe um maior crescimento economico devido aos emigrantes que ao turismo publicitario do PNPG. Mas tb concordo que poderiam fazer muito mais, mas nao fazem, pois comparar com a cabrieira, tambem nao está mal , emprego , essa nao entendi mesmo , mas fica bem encher a boca que o PNPG é de todos espero que os que nao vive em zonas protegidas nao precisem viver no PNPG para o proteger
cumprs

Miguel B. Araujo disse...

Alice,

Não percebo muito bem a sua intervenção. Quando diz:

"Nao deve comparar turismo na Serra do Gerês a outras zonas do PNPG, o turismo é condicionado pelo junho, julho e agosto, existe um maior crescimento economico devido aos emigrantes que ao turismo publicitario do PNPG."

O que interessa não é se os emigrantes trazem mais dinheiro que os turistas (tem algum dado que corrobore esta sua afirmação?), ou se o turismo é sazonal, mas se a diferença entre o poder de atracção turística do PNPG, por comparação com a serranias fora do parque, se deve ou não à existência de um parque e da publicidade inerente a este facto? A resposta é tão óbvia e tão universal (acontece com todas as áreas protegidas em todos os países) que continuar a discutir isto não faz qualquer sentido.

"Mas tb concordo que poderiam fazer muito mais, mas nao fazem, pois comparar com a cabrieira, tambem nao está mal , emprego , essa nao entendi mesmo , mas fica bem encher a boca que o PNPG é de todos espero que os que nao vive em zonas protegidas nao precisem viver no PNPG para o proteger"

A gramática, ortografia e a aparente mistura errática de ideias dificulta a compreensão do seu texto mas também é óbvio que o PNPG não é apenas dos seus habitantes. Em Portugal os proprietários de uma terra têm o direito de usufruir da sua propriedade mas não são livres de usar e abusar dos recursos que esta propriedade oferece. E ainda bem que assim é. É um legado de civilidade do Direito Romano que infelizmente não chegou aos países anglo-saxónicos.

Alice Lobo disse...

Se nao vale a pena porque te deste a esse trabalho ?

cumps

Miguel B. Araujo disse...

porque quem cala consente e neste país consentem-se demasiados disparates.

Alice Lobo disse...

A minha intervenção era um seguimento, não sei se lês te o outro comentário, talvez não te agradou , também não vou sequer comentar mais sobre o assunto ou fazer qualquer comentário, até porque vejo algum desconhecimento sobre os residentes do PNPG.
Não te preocupes com os meus erros ortográficos ou com os meus disparates.
Tu deves ser perfeito.
Cumprs

Henrique Pereira dos Santos disse...

Alice,
Esse argumento do desconhecimento, sobretudo quando não tem associado qualquer argumento, vale zero. Mas para que não fique com a ideia de que isto é tudo gente que não faz ideia do que é o PNPG deixe-me só explicar que já vivi no limite do Parque, num dos concelhos que o constituem, porque a família da minha mulher é daí. E tive muito tempo e muitas horas para conversar com pessoas que há muitos, muitos anos corriam esse território a pé (o que também fiz de vez em quando) e o conheciam como a palma das mãos, bem como a muita gente que lá vivia (alguma ainda vive) e com quem conversei longamente.
Desconhecimento pode ser, mas demonstre-o por favor. Não vale a pena as pessoas que vivem no parque dizer que ninguém sabe de nada do que lá se passa semser os que lá estão.
Olhe que nunca fui à China e sei que há lá chineses (por acaso nem é bem verdade, fui a Macau e Hong-Kong, mas numa altura em que ainda não eram China, formalmente).
henrique pereira dos santos

Alice Lobo disse...

A questão é nao se pode contrariar uma opinião vossa. eu ja escrevi sobre varias coisas que se passa no PNPG mas isso nao foi importante, importante foi pegar nos meu erros ortográficos. voces têm toda a razão, até agora disparates ditos só foram os meus, quanto ao desconhecido e outras opiniões nao vou comentar mais nada.
cumprs

João Soares disse...

Alice
A sua sobranceria é tremenda. Sabe perfeitamente que queria dizer PNPG. Sim, corrija os erros ortográficos e de expressão escrita. Pois lamentavelmente muitos procuram nas linhas dos despachos,as falhas por onde podem, em democracia, zelar pelos seus interesses.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Alice,
Leia alguns dos seus comentários. Foram escritos à pressa e são verdadeiramente incompreensíveis (acontece a todos de vez em quando).
Mas para mim o problema principal nem é esse, é que não percebo mesmo em que é que a Alice discorda do post.
henrique pereira dos santos

Alice Lobo disse...

ok ja percebi para vocês temos que pegar nas vossas frases e comentar porque senao nao entendem “O aproveitamento pleno de todas as potencialidades das áreas protegidas a favor dos seus residentes, que devem ser os primeiros e principais destinatários das políticas públicas para os parques naturais"

"Condicionar qualquer novo agravamento das limitações ou restrições das actividades económicas, sociais ou outras, pondo em causa a exploração de potencialidades e recursos do território, com excepção das que sejam livre e claramente negociadas com as comunidades locais; caminhar no sentido da redução e simplificação dos actuais e exagerados pedidos de autorizações e licenciamentos nas actividades dos moradores;

" Estabelecer compensações para impedimentos — proibições, limitações ou condicionamentos — no uso e exploração de recursos e potencialidades do território (na agricultura, energia, cinegética e outros. A eliminação de fontes de receitas e emprego às comunidades ou aos cidadãos, ou acrescentando custos às actividades económicas e sociais, deve ser ressarcida/compensada pelo Estado, inclusive com benefícios fiscais. “

Concordo plenamente com isto

“O aproveitamento pleno de todas as potencialidades das áreas protegidas a favor dos seus residentes, que devem ser os primeiros e principais destinatários das políticas públicas para os parques naturais".

A questão dos parque eólicos foi um exemplo que dei em relação as empresas que puderam surgir de formar a influenciar os habitantes aceitar os parques principalmente na Serra Amarela que tem vindo a ser o principal o objectivo desde há 5 anos aqui talvez venham a surgir alguns problemas.

Um aparte já que não entendem nada do que eu digo

Nós não podemos construir uma casa em cimento no PNPG para preservar uma área protegida de todos vocês , nas cidades pode-se destruir campos agrícolas para construir vivendas, destruir vandalizar patrimónios do estado, mas nos não pagamos impostos para os citadinos serem responsáveis certo,por esse patrimonio que tb é dos residentes das zonas protegidas.. pois um bom cidadão só deve fazer a reciclagem em zonas protegidas, há não se confundem entre uma ironia e uma realidade.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Alice,
Quanto à primeira parte, estou esclarecido: a Alice concorda, eu acho um disparate (já expliquei no post porquê) e seguimos em frente.
Quanto a isto:
"Nós não podemos construir uma casa em cimento no PNPG"
Gostaria que me demonstrasse que isso é verdade, que me diga em que norma está isso escrito.
Mas ainda que essa norma exista (do que, como disse, tenho as maiores dúvidas) normas desse tipo existem em muitos outros sítios patrimoniais em que se considera que o dono isolado de uma casa não tem o direito de destruir a harmonia do conjunto em que se insere.
Mas como digo, fico à espera da demonstração da existência dessa norma.
henrique pereira dos santos

Alice Lobo disse...

Neste momento não posso fazer grandes pesquisas e tb nao estava totalmente certa pois antes era o PNPG que definia isso sendo proibido qualquer construção ou reconstrução em cimento /tijolo . Agora respeitando o PDM só não são permitidas novas construções nem alterações nas Brandas, tirando as brandas o PNPG não dá parecer, passou tudo para o poder autárquico, não sei quando surgiu mas é recente..

Alice Lobo disse...

Assim como segundo o PDM uma habitação em pedra deve permanecer com as mesmas caracteristicas e acredite que o PNPG e as autarquias nao ajudam financeiramente essa reconstrução
Cumprs

Alice Lobo disse...

Relembrando PNPG ocupa uma área de 70.290 há, destes 5.275 ha pertencem ao Estado, 45.577 há são terrenos baldios e os restantes 19.438 ha pertencem a privados, não deve esquecer. O Problema sempre foi a falta de comunicação do PNPG com os Residentes por isso lutaram contra o Plano de Ordenamento do PNPG, que eu concordo e que você não concorda e diz ser um disparate.
Como dizia um “soajeiro” nem podemos construir um barraco para o gado”

http://www.soajeiro.com/2010/01/soajeiros-eo-povo-da-peneda-geres-luta.html

http://www.cna.pt/comunicados/associadas/38_baladi_pnpg_fev2009.pdf


“Construção sob alçada das autarquias

Numa proposta que "foi o mais participada possível", o peso da administração do Parque foi substancialmente reduzido, passando agora o licenciamento de construção a deixar de estar sujeito a parecer do PNPG na generalidade dos núcleos urbanos, ficando apenas sob gestão autárquica. "Nesta matéria, foi feito um esforço de compatibilização com o que são as pretensões dos municípios", afirmou o responsável pela Gestão das Áreas Classificadas do Norte.
"Queremos retirar o demasiado peso da administração do parque que, em certas situações, era sufocante na vida das pessoas. Qualquer construção carecia de parecer", explicava Lagido Domingos, referindo-se ao facto de a partir deste documento, os núcleos urbanos passarem "a ser da responsabilidade das autarquias, cujos PDM já devem incorporar essa lógica". "A excepção aplica-se aos núcleos acima dos 900 metros de altitude", refere.
Em relação a este aspecto, Joaquim Cracel, presidente eleito da autarquia de Terras de Bouro, considera a medida "uma mais-valia para as populações, pelo menos à partida, pela celeridade de processos que permitirá"

senão entenderem paciência nao me apeteceu escrever muito, até para nao dar muitos erros, esta é uma opinião diferente da vossa só isso temos que respeitar todas as opiniões tambem entendo não total mas parcialmente a vossa opinião.

"Nao deve comparar turismo na Serra do Gerês a outras zonas do PNPG, o turismo é condicionado pelo junho, julho e agosto, existe um maior crescimento economico devido aos emigrantes que ao turismo publicitario do PNPG."

quando disse isto foi em resposta ao sr. Henrique que diz :

O Estado central promove activamente o destino turístico PNPG, o que não acontece em muitas outras áreas. E com resultados concretos no número de visitantes e, consequentemente, na receita que deixam na região."

Quem realmente conhece O PNPG sabe que isso nao é verdade existe diferenças turisticas entre zonas dentro do PNPG.

cumprs