segunda-feira, outubro 26, 2009

Um post amiguista


Enquanto na lista Ambio se discute se o capitalismo cairá aos pés da crise ambiental, eu deixo aqui um link para um projecto (lendo os nomes da equipa fácil é perceber que não sou um observador com isenção à prova de bala) que visa exactamente levar mais capitalismo onde ele parece que está a fazer falta.
Se não quiserem perder muito tempo no site, vão directos ao separador fieldwork e às três newsletters já produzidas.
E não nos esqueçamos que cada euro gasto a financiar o rendimento dos nossos agricultores e pescadores (que não deve ser confundido com os euros gastos na remuneração de serviços ambientais que o mercado falha em remunerar) é mais um peso a arrastar por esta gente apanhada na armadilha da pobreza.
henrique pereira dos santos

5 comentários:

Carlos Aguiar disse...

A dolorosa dúvida, Henrique, é se as pessoas retratadas no teu post ainda têm tempo para quebrar as grilhetas da armadilha malthusiana.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Carlos,
Não sei bem se percebo o teu comentário mas o que estas pessoas precisam é de capital, valorização do capital humano e redes de troca (incluindo, ou sobretudo, de informação) eficientes.
Quando na quarta classe não se sabe quantos são quatro mais quatro, podes dar as voltas que quiseres que dificilmente consegues sair do buraco em que nasces.
henrique pereira dos santos

Anónimo disse...

Caso todos os jovens que tiram licenciaturas não se importassem de trabalhar fora das cidades e fossem LÁ onde fossem precisos, a coisa melhorava.
Excelente iniciativa a destes jovens corajosos.

Carlos Aguiar disse...

Henrique
Estou de acordo contigo: precisam de capital, de aculturação (= valorização do capital humano) e do desenvolvimento de redes de trocas às escalas local e internacional, de mais e melhor capitalismo, de mais e melhor globalização, portanto. Só assim, não existe outra receita, a transição demográfica pode acontecer, e dessa forma o PIB crescer mais do que a população. Historicamente, a transição demográfica sucede as revoluções industrial e agrícola (estas desenvolvem-se em paralelo), e não o contrário, porque as sociedades rurais orgânicas não têm mecanismos culturais eficazes de controlo da população; a pobreza é nelas uma inevitabilidade. Por conseguinte, combater de forma sustentável a pobreza consome enormes quantidades de recursos naturais. A transição demográfica está acorrer dos países (em vias) industrializados da Ásia, no Brasil, ou em Cabo Verde. Questiono-me se os recursos planetários serão suficientes para que o Paquistão e grande parte da África subsaariana, por exemplo, sejam capazes de quebrar as grilhetas da armadilha malthusiana antes de uma escassez global de matérias e de energia. Aliás, muitos destes países descambaram já na tragédia, e nós com eles (e.g. Afeganistão).
Carlos

Anónimo disse...

Precisam de "controlo de natalidade"!!. Parece Maltusianismo rude mas é a pura verdade! Todos sabem como é que os "saldos fisiológicos" foram resolvidos nos últimos séculos mas a "solução" esgotou-se. Programas de parques "naturais", repovoamentos etc etc. não passam de paliativos para a á consciência e, a longo prao não impedirão o rebentamento daquilo a que alguém chamou "granada desencavilhada". Os "seringhetis" (?) sejam no Quénia, ou em qualquer outra parte serão cada vez mais grandes jardins zoológicos. Os lobos no norte de Portugal não têm viabilidade assim como não a terão os linces. As causa da sua erradicação mantêm-se, portanto, estes "esforços" não passarão de fogachos.