terça-feira, janeiro 18, 2011

SIPNAT

Imagem da notícia publicada no jornal Água e Ambiente (não encontrei on line) com a estrutura do sistema. Administração pública, empresas privadas, investigadores e institutos públicos, é o que se vê no lado direito e em cima, a relacionar-se com o sistema. Os "manuéis e as joaquinas, enfim, gente de todas as cores, e feitios e medidas e perdoem-me as pessoas que ficaram esquecidas", não existem
Esta sigla, SIPNAT, é uma espécie de D. Sebastião da conservação.
Há anos que o ICNB anda às voltas com um Sistema de Informação do Património Natural.
De vez em quando aparecem novas notícias sobre o sistema, geralmente prometendo o paraíso amanhã.
Tentei, quando estive no ICNB, canalizar o potencial de informação existente para um sistema misto, público e privado, com uma gestão aberta , sustentável e ligada ao que de facto acontece todos os dias em matéria de biodiversidade.
Tentei de diversas maneiras.
Nunca consegui.
Espero que estas notícias que surgiram por estes dias não sejam apenas um aviso à navegação para limitar o empenho de terceiros nas iniciativas da sociedade civil, uma espécie de resposta do Estado ao êxito das iniciativas como o dia B, os bio-eventos, o biodiversity4all, a naturdata. Ou seja, o êxito dos que fartos de esperar pelo paraíso, amanhã, fizeram hoje o que lhes pareceu melhor.
Espero que estas novas notícias não sejam iguais às que sempre fui ouvindo, exactamente dos mesmos responsáveis que há anos gerem o SIPNAT, com as virtudes e defeitos que podem ser verificados por quem se dispuser a usar essa ferramenta, prometendo o paraíso para daí a seis meses, razão pela qual nunca valia a pena entregar o ouro ao bandido (leia-se entregar o imenso valor da informação detida pelo icnb, validada cientificamente, à sociedade).
Espero que iniciativas como a Naturdata e o Biodiversity4all venham um dia simplesmente a extinguir-se por falta de objecto, já que tudo estará contido no SIPNAT.
Mas até lá, até esse momento redentor, espero que estas iniciativas que se vão desenvolvendo, muitas vezes contra ventos e marés, sirvam ao menos para ir demonstrando que ou o Estado dá corda aos sapatinhos nesta matéria, ou um dia acorda extinto por haver alternativas funcionalmente equivalentes e muito, muito mais baratas para os contribuintes.
E pelo sim, pelo não, vou buscar uma cadeira para esperar sentado.
henrique pereira dos santos

2 comentários:

Anónimo disse...

Espero que este outro projecto não se perca...
http://portal.ipvc.pt/portal/page/portal/ipvc/ipvc_noticias/ipvc_noticias_2010/ipvc_simbion_2010

Ricardo Silva disse...

Apoio a 100% as palavras do Henrique e acrescento um detalhe: Se os projectos da sociedade civil o conseguem fazer, então que os projectos do estado forneçam toda a informação de forma gratuita pois como sabemos, dinheiro não é o que mais abunda entre as comunidades científicas (e mesmo empresariais desta área) e que consigam entregar o ouro ao bandido, ou seja, realmente promover a ciência fornecendo o mais importante: sólidas bases de trabalho sem que tenhamos de gastar o tempo precioso em busca de informação escondida. E que promova os estudos sérios e o crescimento das empresas dotando-as com as ferramentas que necessitam. Porque se não é para ser usada em busca de mais conhecimento, não vejo grande utilidade na recolha de informação.
O melhor exemplo disto foi um trabalho que realizei para uma empresa do estado que tinha na sua posse relatórios encomendados pelo estado mas que não me davam acesso. A própria empresa que me contratava, me escondia documentos que me permitiriam fornecer-lhe um melhor serviço... bela estratégia.