sexta-feira, dezembro 02, 2011

Green and competitive

As pessoas que me ouvem aqui e ali, ou que me lêem aqui ou ali, sabem que cito com muita frequência o artigo de Michael Porter e Class van der Linde que tem o título deste post (sendo rigoroso, o post é que tem o título do artigo).
Cito sobretudo a conclusão de que restrições ambientais apontadas para os resultados e não para a forma de os atingir, em determinadas circunstâncias, constituem poderosos estímulos para a inovação e consequentes ganhos de competitividade.
Hoje recebi um mail simpático de Miguel Repas que constitui uma boa demonstração dessa ideia que pode ser verificada no desenvolvimento do processo do parque eólico do Barão de S. João.
Há naturais limitações de comunicação associadas às condições concretas em que se fala deste caso concreto que impedem, com certeza, a justa referência ao papel dos técnicos de AIA do ICNB que acompanharam o processo na concepção da solução adoptada.
Por isso aproveito a ausência destas limitações aqui neste blog para agradecer aos técnicos que com a sua sensatez, intransigência no essencial e flexibilidade na aceitação de soluções envolvendo riscos inerentes à inovação, criaram as condições para o desenvolvimento desta tecnologia aplicada à energia eólica.
E reforço a ideia de que o seu contributo para a concepção da solução usada foi muito para além do que é habitual na administração em Portugal (embora fosse habitual no acompanhamento dos processos de AIA naquela altura).
Foram vários (incluindo os que não estando directamente com este processo participaram nas discussões das soluções) e não quero cometer injustiças nomeando-os.
Eles saberão, tal como o Miguel Repas, o contributo enorme que deram para o que aqui se vê neste video se tenha tornado realidade.

henrique pereira dos santos

6 comentários:

Jaime Pinto disse...

(Comentário dirigido ao filme)
Não sei se windwashing é um conceito inventado ou por inventar. Penso que o filminho é um paradigma desse conceito pois estando o washing associado às tretas e petas, assistir à homenagem que os abutres prestam às eólicas, bailando à volta delas, colocará um sorriso de orelha a orelha aos inocentes que consideram os aerogeradores obras de devotos dos santos, magníficas esculturas que inclusive decoram com arraias natalícios as longas e insonsas noites serranas.

Para os menos inocentes faço um reparo: a ausência de vento. As eólicas estão paradinhas de todo.

Para os outros, nos quais me incluo, para aquele só vêem o mal em tudo, os grifos mais não fazem que despejar a tripa plena de carne putrefacta transformada em m... sobre os mastodontes, vingando-se dos momentos em que as eólicas os matam, desorientam e arreliam quando volteiam sem parar.

Aproveito para perguntar aos estudiosos dos efeitos benignos dos aerogeradores sobre as aves se sabem o que se passou com os milhares de torcazes que utilizavam o corredor entre a serra da Lousã e do Açor na entrada de finais de Outubro princípios de Novembro. É que ninguém mais os viu desde que essas duas serras foram enfeitadas com uma ou duas dessas centenas dessas esculturas inofensivas.
jaime

Henrique Pereira dos Santos disse...

Jaime,
Estão paradinhas porque se pararam de propósito face à concentração de aves, é exactamente nisso que consiste a técnica desenvolvida (o tal stop on demand).
henrique pereira dos santos

Anónimo disse...

É sempre giro ver um comentário como o do Jaime Pinto ser desarmado com uma simples frase.

Jaime Pinto disse...

Apesar do ambiente actual, triste e depressivo, ser desfavorável a desperdícios de energias em discussões próximas da do sexo dos anjos, vou responder à simpática provocação do anónimo, apesar de estar convencido que se trata somente de um pequeno lapso do Henrique, que provavelmente pensou que o filme explicava mais do que efectivamente explica.

O Henrique refere o stop on demand como "o tal". Mas qual "tal"? Onde é que no filminho (mudo), ou nas palavras do seu post, é explicado que as esculturas foram paradas de propósito para não molestar as aves? Ou em que parte da mensagem, ou do filme, uma pessoa com QI normal deveria retirar essa conclusão?

Seria bom descobrir-se soluções que pudessem mitigar todos os outros efeitos nefastos dos parques eólicos, tais como retirar momentaneamente as estradas abertas nas montanhas para construção e manutenção dos aerogeradores sempre que furtivos as utilizassem para matar veados, acabar com a poluição visual nocturna sempre que não passassem aviões, fazer desaparecer as esculturas para reposição da paisagem original sempre que reaccionários como eu desejassem ver as montanhas como as conheceram, and so on...(pra dar um ar fixe, a exemplo do stop on demand).

Henrique Pereira dos Santos disse...

Tem razão o Jaime, o sistema não está explicado neste video mas noutros videos que se podem encontrar quando este acaba.
Foi um lapso meu.
henrique pereira dos santos

Anónimo disse...

O Parque Eólico do B. S. João tem tanto enredo... esta inovação parece ser o único ponto positivo, mas seria interessante saber como funciona num dia normal e não num pico migratório.