domingo, abril 01, 2012

"E eu e tu o que é que temos que fazer?"


Pedro Abrunhosa F por LECHATBOTTEBATMAN
Já quase não escrevo aqui sobre fogos. Não vale a pena, estaria sempre a repetir-me.
Desta vez venho só chamar a atenção para esta notícia, que se fosse em Portugal já estaria a dar origem a dezenas de recriminações e comparações negativas entre a nossa incompetência para tratar dos fogos e os excelentes desempenhos em Espanha, em especial na Galiza. Só que quando as condições são favoráveis, o que conta é apenas a quantidade de combustível acumulada.
A supressão de fogos é um boomerang. A supressão de fogos é um boomerang. A supressão de fogos é um boomerang.
Talvez, repetindo, a ideia passe mais facilmente.
henrique pereira dos santos

3 comentários:

G.E. disse...

Henrique, se procurares na imprensa galega, verás que não faltam por lá críticas à actuação das autoridades.

Deixo uns exemplos:
http://xornalgalicia.com/index.php?name=News&file=article&sid=82994

http://www.publico.es/espana/428004/la-oposicion-critica-los-recortes-de-la-xunta-en-materia-de-incendios

http://www.lavanguardia.com/sucesos/20120401/54279615327/alcaldes-descontentos-incendio-fragas-do-eume.html

Gonçalo E.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Gonçalo,
Eu vi essas críticas, semelhantes às que se encontram por cá, excepto na habitual "só neste país" de Portugal.
Os comentários sobre fogos são muito semelhantes em todo lado, com o mesmo desfasamento entre o discurso mediático e o discurso científico sobre o assunto.
Quando estava a arder a Galiza há vários dias (numa altura em que houve nove dias de vento Leste, embora fraco) apareceram logo as teorias da conspiração sobre organizações sofisticadíssimas que punham fogos estrategicamente para ser impossível dar-lhes resposta e disparates do género por parte de altos responsáveis do Estado. Como apareceram os sectores da conservação a chorar sobre o que se tinha perdido irremediavelmente, que depois se volta a perder nos anos seguintes apesar de ter sido perdido irremediavelmente nos anos anteriores.
Tudo isso eu sei.
Mas o facto é que nesta fachada mediterrânica com influência atlântica arderá sempre, e arderá tanto mais violentamente quanto mais combustível estiver acumulado, e que esse combustível está acumulado porque os sistemas naturais estão em recuperação e nós temos a psicose de os defender dos fogos sem que, na sua maioria (há excepções) haja uma única razão de conservação para o fazer.
henrique pereira dos santos

Anónimo disse...

Parece que os interesses obscuros, que o desassombrado chefe dos bombeiros (Jaime Soares), tanto tem denunciado, já chegaram á Galiza...