Aqui e ali tenho apoiado projectos que estão a procurar financiar-se via crowdfunding.
A ideia do crowdfunding é-me bastante cara, gosto de projectos em que pessoas ou organizações se apresentam de peito aberto e cara descoberta a procurar suscitar apoio social. E tenho colaborado sobretudo com uma das plataformas a operar em Portugal a PPL
Já foi uma rapariga fazer investigação para Madagáscar, estive directamente envolvido num projecto para aumentar a acessibilidade ao mundo rural e ao património natural, faltam 18% (525 euros) e dois dias para melhorar a monitorização de cetáceos em S. Tomé e Príncipe, alguns projectos com componentes de educação ambiental já foram financiados e agora voltam à carga com o seu crescimento, e começou agora um pequeno projecto para a Faia Brava.
Para além desta plataforma, que conheço melhor, outra plataforma estritamente ambiental, ligada a uma plataforma generalista americana, lançou também dois projectos, qualquer dos dois bastante grande, sendo mesmo enorme o dos lobos.
Naturalmente há quem critique e há também quem ache que o crowdfunding é um maná que cai do Céu.
Com a experiência que vou tendo na matéria parece-me que vale a pena fazer dois comentários:
1) Quem se dispuser a vir a terreiro pedir às pessoas não pode estranhar que essa exposição provoque críticas. Por exemplo, pode haver quem ache, e o diga, que o projecto dos lobos não é um projecto de conservação, ou que eventualmente o será apenas por via indirecta da educação ambiental e da investigação. Independentemente de ser assim ou não é preciso ter consciência de que críticas justas e injustas vêem directamente com o processo. Quem quer entrar nele deve saber que, por exemplo, há pessoas que não compreendem que se façam doações a empresas (como foi o caso do projecto em que estive envolvido e que cito acima) e que o melhor é estar preparado para dar respostas razoáveis. Certas ou erradas, cada um julgará por si, mas respostas às questões que forem sendo colocadas parece-me o mínimo de respeito pelos outros a quem estamos a pedir dinheiro;
2) O Crowdfunding não é pau para toda a obra e vai ser o fim dos problemas financeiros das ONGAs. Nada mais errado. É preciso ter bons projectos, dirigidos ao que as pessoas sentem como problemas reais, pelo menos o suficiente para motivar uma doação. O que implica transparência e prestação de contas, alguma dela encerrada em perguntas injustas.
Espero que mais projectos ambientais vão aparecendo, pode ser que assim as associações se voltem a focar no público.
henrique pereira dos santos
terça-feira, agosto 07, 2012
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