As fotografias são do Gonçalo Rosa. Mostram sobreiros ardidos em 2004, perto do Barranco do Velho.
Diz o Gonçalo que para além de dois enormes exemplares efectivamente mortos, o que encontrou foi o que aqui se vê, sobreiros vivos, descortiçados em 2006.
O balanço dos fogos nunca pode fazer-se no imediato porque coisas ardidas não são sinónimo de coisas mortas.
henrique pereira dos santos
5 comentários:
Depende das coisas, claro está. O sobreiro é um exemplo paradigmático de uma planta adaptada ao fogo.
Miguel,
Limitei-me a chamar a atenção para o facto de que coisas queimadas e coisas mortas não são sinónimos.
Pelo teu comentário vejo que concordas.
Mas a verdade é que na dsicussão sobre a gestão do fogo esta verdade elementar é frequentemente esquecida.
A razão porque insisto nisso é porque não é provável ter boas soluções para problemas mal equacionados.
henrique pereira dos santos
Independentemente da discussão de estarem vivos ou mortos, o que é de realçar é a imbecilidade de descortiçar uma árvore dois anos depois de ter sido fustigada pelo "lume".
João,
Imbecilidade talvez seja excessivo.
Tecnicamente errado ou pelo menos com efeitos negativos a prazo talve fosse mais justo.
É que se estiveres à beira da falência, talvez faça sentido optar por soluções sub-óptimas mas que te mantêm a respirar.
Não sei se é o caso, mas convém pensar em todos os factores de decisão antes de eleger um como absoluto.
henrique pereira dos santos
É legítimo e tecnicamente correcto descortiçar um sobreiro 2 anos após o fogo, se ele tiver recuperado. Por recuperação entende-se a regeneração de pelo menos 75% do copa. Quando há recuperação ela dá-se logo no 1º época de crescimento pós fogo.
Mas a sobrevivência ao fogo é muito variável (no intervalo 40% a 95%) dependendo principalmente da espessura da cortiça, intensidade do fogo e idade da árvore (as mais velhas, provavelmente por terem sido descortiçadas diversas vezes, sucumbem mais frequentemente).
Paulo Fernandes
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