sábado, outubro 10, 2009

Queimados vivos

As fotografias são do Gonçalo Rosa. Mostram sobreiros ardidos em 2004, perto do Barranco do Velho.
Diz o Gonçalo que para além de dois enormes exemplares efectivamente mortos, o que encontrou foi o que aqui se vê, sobreiros vivos, descortiçados em 2006.
O balanço dos fogos nunca pode fazer-se no imediato porque coisas ardidas não são sinónimo de coisas mortas.

henrique pereira dos santos

5 comentários:

Miguel B. Araujo disse...

Depende das coisas, claro está. O sobreiro é um exemplo paradigmático de uma planta adaptada ao fogo.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Miguel,
Limitei-me a chamar a atenção para o facto de que coisas queimadas e coisas mortas não são sinónimos.
Pelo teu comentário vejo que concordas.
Mas a verdade é que na dsicussão sobre a gestão do fogo esta verdade elementar é frequentemente esquecida.
A razão porque insisto nisso é porque não é provável ter boas soluções para problemas mal equacionados.
henrique pereira dos santos

João disse...

Independentemente da discussão de estarem vivos ou mortos, o que é de realçar é a imbecilidade de descortiçar uma árvore dois anos depois de ter sido fustigada pelo "lume".

Henrique Pereira dos Santos disse...

João,
Imbecilidade talvez seja excessivo.
Tecnicamente errado ou pelo menos com efeitos negativos a prazo talve fosse mais justo.
É que se estiveres à beira da falência, talvez faça sentido optar por soluções sub-óptimas mas que te mantêm a respirar.
Não sei se é o caso, mas convém pensar em todos os factores de decisão antes de eleger um como absoluto.
henrique pereira dos santos

Lightnin' Jones disse...

É legítimo e tecnicamente correcto descortiçar um sobreiro 2 anos após o fogo, se ele tiver recuperado. Por recuperação entende-se a regeneração de pelo menos 75% do copa. Quando há recuperação ela dá-se logo no 1º época de crescimento pós fogo.
Mas a sobrevivência ao fogo é muito variável (no intervalo 40% a 95%) dependendo principalmente da espessura da cortiça, intensidade do fogo e idade da árvore (as mais velhas, provavelmente por terem sido descortiçadas diversas vezes, sucumbem mais frequentemente).

Paulo Fernandes