sexta-feira, junho 12, 2009

Conversa de surdos ou respostas compreensíveis?

Como há já bastante tempo que foi publicado este post é natural que a reacção de hoje passe despercebida.
Mas eu acho que devemos discutir o assunto seriamente e por isso puxo este comentário, para lhe dar visibilidade e ver se passamos da conversa de surdos para uma discussão adulta.
"Olá Henrique,
* Desafio - Relativamente ao valor que apresenta de visibilidade diária deste blogue coloco o desafio de oficializarem estes números tornando-os visíveis em tempo real, por exemplo identificando quantas pessoas estão online no momento em que se abre a página do Ambio.*
Resposta à questão "...o que faz a SPEA e a LPN evitarem pronunciar-se sobre uma das decisões ambientais mais preocupantes deste Governo?"Julgo que se calhar as 2 ONGA (a LPN e a SPEA) têm mais que fazer do que INVESTIR TEMPO em lhe responder;
é que você não está interessado em ouvir os outros mas sim, e tão só, em falar, atacar e marcar presença. (Este post faz-me lembrar uma música em que às tantas o Boss AC diz "a boca abre e diz o que quer bla, bla, bla", isto porque você chegou ao cúmulo de escrever os nomes dos técnicos da LPN! Qual a utilidade da publicação dos nomes? Assim se vê o quão bem intencionado está/va.)
Em adenda, refiro que assinei a petição da RAN que encabeçou porque as úteis figuras de OT (RAN e REN) e os valores de Conservação da Natureza e da Biodiversidade falam mais alto do que simpatias/antipatias que possa sentir por si.
Os bons trabalhos elogiam-se (exemplo da petição que vocês despoletou) e os maus, não construtivos e desonestos (exemplo deste seu post onde a avaliação que faz dos meios, a falta de interesse das ONGA, entre outros pontos, equipara-se às suas críticas à ciência/vodu) podem surtir nos outros reacções distintas, sendo a não resposta a adequada reacção destas ONGA à sua provocação.Como não sou membro de nenhuma direcção destas ONGA senti-me na liberdade de lhe responder, usando algum do meu tempo disponível consigo.Até breve,Outro anónimo."

Vejamos então:

Quanto à questão da visitação do blog eu, que não percebo nada do assunto, uso um botãozinho que está na coluna da direita ao fundo, do sitemeter, que me permite ver uma série de dados sobre essa visitação. Talvez o gestor do blog possa explicar melhor o que se pretende porque eu nem percebi bem qual era a questão.

A questão de fundo:

O problema não é responderem-me a mim, percebo que tenham mais que fazer.

A questão é saber por que razão não reagem a uma decisão do Governo que é claramente errada ambientalmente e com um efeito negativo potencial altíssimo. Essa é que é a questão, não sou eu.

Os meios que referi das ONGAs são os que estão nos respectivos sites (incluindo os nomes) e tiveram apenas como objectivo explicar que meios há, estão é afectos em função de prioridades que não compreendo. Não é relevante responder-me a mim, mas seria útil perceber que há muito mais gente em surdina a fazer as perguntas que eu faço alto e bom som.

O facto é que o movimento ambientalista em Portugal não cresce nem se renova. Parece-me útil tentar perceber por que razão isso acontece.

henrique pereira dos santos

6 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Henrique,

Confesso que este comentário ao seu post me havia passado... mas lamento que sentido o seu anónimo autor (e ainda bem) "a liberdade de lhe responder", não lhe tenha puro e simplesmente... respondido à questão que levanta. Talvez não seja nada fácil...

E cá ficamos nós todos a imaginar as razões para as faltas de motivação destas ONGA's.

Gonçalo Rosa

Anónimo disse...

Já que as pessoas não sentem pudor em escrever de forma anónima entro na brincadeira também. Depois não se queixem.

Ora o que quero dizer é que as direcções das ONGAS de facto perdem tempo a discutir o que se discute neste blogue. Em particular, a LPN fá-lo. E fá-lo de forma pouco elevada pois já me chegaram correios eletrónicos internos - por portas e travessas -onde se discutia se deviam ou não responder ao que se dizia neste blogue. O tom musculado das mensagens internas contrasta com o silêncio cobarde que exercem em público. São escolhas que deixam patente o facto da LPN estar entregue a um grupo de pessoas sem qualquer nível para ocupar os cargos que ocupam.

Não gostam do anonimato? Eu também não mas já é altura de provarem da vossa própria medicina.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Também neste blog se trocam mails sobre se se deve permitir ou não o anonimato.
Pessoalmente tenho defendido sempre que deve ser permitido o anonimato embora compreenda as vezes em que o gestor do Blog cortou essa possibilidade quando o nível desceu excessivamente.
Mas o essencial é que o importante não é o blog, o importante é o movimento ambientalista.
E é importante discutir o movimento ambientalista por uma razão simples: não cresce, não se renova e tem uma má fama crescente.
Mesmo que os que estejam disponíveis para dizer isso em público, assinando por baixo, sejam poucos.
Faço notar o seguinte: neste momento sou consultor independente na área da conservação. Como tenho dificuldade em servir o Estado e quem tem obrigação de escrutinar o Estado em simultâneo não prepararei contratualmente a minha saída e estou portanto em sérias dificuldades económicas por ter pouco ou nenhum trabalho remunerado neste momento.
Seria do mais elementar bom senso que procurasse não hostilizar um dos meus mercados de trabalho potenciais mais interessantes: as grandes ONGAs (que têm dinheiro, influência e incompetência técnica bastante).
Apesar de persistentemente (ainda na semana passada, quase seis meses depois de ter saído do ICNB tive de explicar de novo que o boato nunca teve qualquer fundamento) me chegar aos ouvidos a ideia de que saí do ICNB para ir trabalhar para a SONAE (o que infelizmente não se verifica, para mal da minha conta bancária), a verdade é que não ganho nada, ao contrário de muitos dos que nas ONGAs mais persistentemente me mordem as canelas, em escrever o que escrevo.
E como esta história da RAN demonstra, não tenho qualquer problema em trabalhar voluntariamente com ONGAs, com quem tive conflitos sérios e com quem mantenho divergências, em muitas matérias.
Portanto, esqueçam a discussão sobre mim, que não interessa nem leva a lado nenhum, esqueçam o que escreve este blog (que ainda por cima varia em função de quem escreve) e concentrem-se na questão de fundo:
o que leva o movimento ambientalista a não crescer, a não se renovar e a ter uma crescente má fama.
Esqueçam o mensageiro, concentrem-se na mensagem.
henrique pereira dos santos

Anónimo disse...

Caro anónimo, lanço-lhe um desafio deveras interessante. Proponho-lhe que coloque aqui, no blog da Ambio, as tais mensagens musculadas, ou partes delas, que por portas e travessas lhe foram parar às mãos. Seria útil, ao comum dos mortais, ter acesso às rosnadelas das ecléticas cabecinhas pensantes da LPN.

Talvez isso origine nova discussão que leve, finalmente, a LPN a sair da toca.

Gonçalo Rosa disse...

Já em oportunidades anteriores disse o que penso da opção de nos apresentarmos como "anónimo", muito particularmente quando se entra em determinados modos de discussão. É uma óbvia questão de ética. Óbvia, para mim, não tanto para outros.

E concordo totalmente com o Henrique. Em Portugal, parece haver uma preocupação muito maior com as entre-linhas do que com as linhas. Com quem escreve do que com o que se escreve. Preocupamo-nos muito mais com supostas intenções que com o verdadeiro conteúdo das mensagens. E é pena.

A questão, afinal, era simples... "o que os move?". Ao que parece, a resposta bem mais complicada...

Gonçalo Rosa