quarta-feira, dezembro 02, 2009

Literatura céptica? Ou simples manipulação?

Um dos comentaristas anónimos deste blogue ofereceu, como comentário a este "post", uma lista de 450 artigos sujeitos a arbitragem científica alegadamente escritos pelos cépticos climáticos. Como se diz na página referida estes seriam "450 Peer-Reviewed Papers Supporting Skepticism of AGW caused Global Warming". A lista despertou-me interesse por várias razões das quais se destacam o elevado número de artigos e a qualidade de algumas das revistas incluídas na lista.

Qual não é o meu espanto, no entanto, quando ao discorrer sobre a lista encontro um artigo da minha autoria!!

O artigo, de facto, faz uma crítica ao tratamento mediático recebido por um artigo na revista Nature e que nos pareceu equívoco. Acontece que a crítica aberta e frontal é normal e saudável em ciência mas isso não nos qualifica automaticamente como "cépticos climáticos", ou melhor dizer, "negacionistas" (cépticos somos todos).

Também é curioso que o artigo que poderia ter sido vagamente interpretado com céptico, porque critica a metodología do artigo da Nature referido anteriormente, passou ao lado, tendo os autores da compilação de 450 artigos cépticos escolhido um artigo que não critica a base científica do artigo da Nature mas sim o tratamento mediático que este recebeu na imprensa.

Alguns dos chamados cépticos climáticos são profissionais da blogosfera. Como tal, devem intuir que neste meio pouca gente lê textos grandes e difíceis. É, pois, possível que consideram ser eficaz inundar a internet de "links" e listas de artigos que ninguém lerá mas que darão a impressão de que por detrás do "negacionismo" existe uma base científica sólida. Nesta ocasião tiveram azar pois ao incluir um artigo meu na lista dos 450 artigos cépticos deixam antever a possibilidade de que realmente não lêem o que divulgam ou lêem mas não entendem o seu verdadeiro alcance.

19 comentários:

Anónimo disse...

Caro Miguel, permita-me tentar perceber o seu pensamento. O que entende por céptico e "negacionista". Vê todas as pessoas que criticam alguns aspectos do AGW da mesmo modo? Por exemplo, como classificaria o Senador Inhofe ou o Prof. Delgado Domingos? Ou o Prof. Richard Lindzen por exemplo. Ao contrário da sua opinião, depois de ler o seu texto em co-autoria, acho que foi uma excelente escolha para a lista que providenciou. Há de facto um cepticismo acéfalo que postula que isto das alterações climáticas é tudo uma farsa, seja antropogénico ou não. Há aqueles que admitem, como é lógico, a existência de alterações climáticas, que a tendência actual é de subida das temperaturas e que o homem não tem absolutamente qualquer influência neste processo. Há outros que acham que as alterações climáticas ocorrem, são largamente naturais e têm também contributo das actividades humanas mas de um modo muito moderado, sendo essa importância mais local do que global. Disputam, estes últimos, que o CO2 seja o principal factor da variação actual das temperaturas e que a compreensão da dinâmica do clima é ainda mal compreendida, impedindo que se façam previsões com o grau de certeza que alguns advogam. Eu incluo-me nestes últimos, independentemente de estar certo ou errado, ainda não li nada suficientemente convicente, que me provasse que esta posição era errada. Sendo assim, chocam-me previsões alarmistas e infundadas que passam para a imprensa, ao ritmo com que o pão chega às nossas casas sendo, por vezes, tratadas de modo amplificado por jornalistas e políticos. Saliento, como já disse num post anterior, a recente previsão de subida de 7º até 2100 ou subidas absolutamente disparatadas do nível do mar. Não conhecia a lista que foi fornecida mas também não precisava, pois acompanho a literatura científica sem necessitar de blogs. Neste sentido, concordo inteiramente com o teor do seu texto que, ao contrário do que disse no post, nem sequer é um texto longo ou complicado, e marca um ponto importante no excesso de alarmismo ou protagonismo, normalmente contraproducente, com que alguns artigos são tratados. Subscrevo inteiramente. Aliás, utilizo muitas vezes a alegoria utilizada no título do seu texto, incluído mesmo o pastor e desenvolvendo a lenda, para ilustrar o destino final dos alarmismos, muito em voga nas discussões de temas climáticos e contra os quais muitos investigadores se têm insurgido.

Anónimo disse...

Peço desculpa pela escrita mais descuidada mas o adiantado da hora e o excesso de trabalho produz os seus efeitos. Fica a ideia.
Cumprimentos

José M. Sousa disse...

Caro Anónimo

O Prof. Delgado Domingos não é especialista em Climatologia e não publica um único artigo científico vai para 20 anos!
O Richard Lindzen, embora tenha produzido trabalho científico relevante, vendeu-se - literalmente - notoriamente aos meios conservadores (pagam bem pelas palestras, que não são a mesma coisa que "debater" de acordo com os cânones da ciência). Trata-se de investigar um pouco o senhor.
Quanto ao Senado Inhofe dispenso comentários.

« recente previsão de subida de 7º até 2100 ou subidas absolutamente disparatadas do nível do mar.»

Como pode ignorar isto levianamente. O problema aqui é um problema de risco. O simples facto de este cenário se colocar com um determinado nível de probabilidade deveria ser suficiente para se assumir um princípio de precaução, porque estamos a falar de consequências irreversíveis num planeta já a rebentar pelas costuras. Se você tivesse a consciência de que havia um risco de 10% de um avião se despenhar ao entrar para ele numa viagem planeada, não hesitaria em fazê-lo?
Alguns cientistas ignoram/descuram a gravidade deste problema porque não o relacionam com a fragilidade de algumas fundações da civilização moderna - refiro-me a toda a Humanidade.

Miguel B. Araujo disse...

Caro Anónimo,

Agradeço o seu comentário. Penso que a resposta à sua pergunta se encontra no cabeçalho da página web que lista os 450 artigos e que reproduzi no post:

"450 Peer-Reviewed Papers Supporting Skepticism of AGW caused Global Warming"

Ora nenhum dos meus artigos, por muito cépticos que sejam, constesta existência de alterações climáticas de origem antropogénica (para o fazer teria de trabalhar sobre o assunto e ter dados convincentres que contrariassem a bateria de informação disponível em sentido contrário) pelo que me parece um abuso usar os meus artigos para suportar uma agenda política com a qual não me revejo (sim porque chegados a este ponto é óbvio que não se trata de ciência).

Anónimo disse...

Caro Miguel, obrigado pela resposta. No meu caso, como percebeu, também não nego o AGW. Aliás, a maioria das pessoas, verdadeiramente habilitadas para discutir este tema, não o faz. No entanto mantenho cepticismo acerca da preponderância que querem dar à parte do "A" enquanto factor de "GW" e ao papel do CO2. Neste caso, achar que a discussão está fechada (se isso é possível em ciência?!), acho perfeitamente leviano. Como diz, e muito bem na minha opinião, com a introdução de agendas políticas e criação de organismos que têm que utilizar um lado da ciência para justificar a sua própria existência, há muito que as opiniões se materializaram em dogmas, perturbando a reflexão e a capacidade de auto-crítica de muita gente.

José M. Sousa disse...

«um lado da ciência»

Eu gostava de saber o que significa esta frase. A ciência tem lados?

Nuno disse...

Este "apanhado" tragicómico dos artigos citados caracteriza bem os milhares dos doutores-bloggers que aparecem a defender este disparate via técnicas de dumping de hiperligações para tudo e mais alguma coisa.

Esta geração das wikipedias criou uma classe inteiramente nova dos velhinhos "cépticos" da aterragem do homem na lua.


Era bem feito um envio de pedido público de retirada do artigo da lista destes senhores...

Anónimo disse...

Ora bem uma coisa é discutir com cortesia, outra coisa é ridicularizar as pessoas e os intervenientes utilizando argumentos primários que, em última análise, ridicularizam quem os profere.

"O Prof. Delgado Domingos não é especialista em Climatologia e não publica um único artigo científico vai para 20 anos!"

O que é um climatologista? Quantos climatologistas conhece? O curriculum do Prof. Delgado Domingos fala por si. Se há alguém habilitado para falar nestes temas em Portugal, o Prof. DD será certamente um deles, em contraste com o Prof. Filipe Duarte Santos, por exemplo. Acresce ainda o facto de ser um pioneiro mundial na elaboração e utilização de modelos numéricos de previsão meteorológica, cuja matemática é, em parte, partilhada pelos modelos climáticos. Depreendo então que o Prof. Delgado Domingos, desde há 20 anos, perdeu qualquer capacidade de proferir ideias, deixou de poder acompanhar a literatura científica?! Este argumento é simplesmente ridículo.

"O Richard Lindzen, embora tenha produzido trabalho científico relevante, vendeu-se - literalmente - notoriamente aos meios conservadores (pagam bem pelas palestras, que não são a mesma coisa que "debater" de acordo com os cânones da ciência). Trata-se de investigar um pouco o senhor."

Caro, isto não é discutir o conteúdo. É um argumento muito pobre, que eu pensei que há muito tinha sido ultrapassado nas discussões mais sérias, que ainda por cima é reversível. Não me diga que não há investigadores que lideram as ideias do AGW que não estão vendidos a "poderes", ou que, utilizando os seus argumentos, vendidos a poderes liberais. Este argumento é perfeitamente patético e reversível para qualquer tipo de opinião. Aliás é tão reversível como argumentos patéticos que comparam quem utiliza algum argumento que ponha em causa o AGW aos que não se acreditam que o homem aterrou na lua, que acreditam que a terra é plana, ou que acham que as espécies são obra de divina criação. Perfeitamente patético. Estes argumentos não têm outro propósito senão minar qualquer discussão.

"Como pode ignorar isto levianamente. O problema aqui é um problema de risco. O simples facto de este cenário se colocar com um determinado nível de probabilidade deveria ser suficiente para se assumir um princípio de precaução, porque estamos a falar de consequências irreversíveis num planeta já a rebentar pelas costuras"


Onde está o planeta a rebentar pelas costuras? Nunca reparei. Onde foi buscar isso? Já agora, como quem proferiu a ideia dos 7º é um Químico e não um "Climatologista", tal como no caso do Prof. Delgado Domingos, utilizando a sua lógica, não é para levar a sério!


"A ciência tem lados?"

Ora bem, como envereda pela ridicularização, fique a saber que todas as áreas científicas têm tantos ou mais lados do que uma bola de futebol. Percebeu bem o que quis dizer. Chame-lhe, se quiser, "correntes", "vertentes", "tendências", "linhas", etc. Aliás, sem estes "lados", qualquer área científica seria extremamente pobre.


Já agora, como é que se determina isto? Seria óptimo porque 10% é um risco bastante baixo. Será que a metodologia que sugere pode começar a ser afixada nos aeroportos antes de cada vôo?

"Se você tivesse a consciência de que havia um risco de 10% de um avião se despenhar ao entrar para ele numa viagem planeada"


Impressionante... fico-me por aqui.

Nuno disse...

Caro anónimo anterior,

Este é o Richard Lindzen que é um respeitado cientista, co-autor do relatório do IPCC, que subscreve, mas que defende que nada deve ser feito para o mitigar (discorda das recomendações políticas)? O Richard Lindzen que apenas diz que o AGA não deve ter reflexo na defesa do ambiente e que foi subsidiado abertamente pela OPEC? Cujos argumentos foram usados para equiparar defesa do ambiente a defesa do AGA, logo inútil?

É que nada tenho a dizer do Richard Lindzen, cientista, que já foi refutado e aplaudido pelos seus pares (incluindo o James Lovelock) mas desagrada-me a conduta do Richard Lindzen orador profissional e marketer dos lóbis norteamericanos da industria dos combustiveis fósseis.

Mas no fundo é verdade que toda esta questão não tem nada a ver com CO2, manchas solares, o Al Gore ou os ursos polares. A questão fundamental é só esta: confia a maioria da população nas suas melhores instituições científicas? O consenso científico em torno das teorias mais plausiveis tem alguma influência junto do público?

É que em coisas dificeis ou impossiveis de demonstrar a um leigo, como o heliocentrismo, nunca pareceram levantar tantos problemas...

José M. Sousa disse...

«The report also notes that global warming continues to track early IPCC projections based on greenhouse gas increases. Without significant mitigation, the report says global mean warming could reach as high as 7 degrees Celsius by 2100.»
[NOTA: não é um qualquer blogger ou indivíduo isolado que afirma isto.]

in The Copenhagen Diagnosis - updating the world in the latest climate science

«The purpose of this report is to synthesize the most policy-relevant climate science published since the close-off of material for the last IPCC report»

10% é um risco baixo para andar de avião, ah sim? Está bem...

José M. Sousa disse...

«Onde está o planeta a rebentar pelas costuras?»

«Over the past 50 years, humans have changed ecosystems more rapidly and extensively than in any comparable period of time in human history, largely to meet rapidly growing demands for food, fresh water, timber, fiber and fuel. This has resulted in a substantial and largely irreversible loss in the diversity of life on Earth.
# The changes that have been made to ecosystems have contributed to substantial net gains in human well-being and economic development, but these gains have been achieved at growing costs in the form of the degradation of many ecosystem services, increased risks of nonlinear changes, and the exacerbation of poverty for some groups of people. These problems, unless addressed, will substantially diminish the benefits that future generations obtain from ecosystems.»
«Third, the assessment identified a number of ‘emergent’ findings, conclusions that can only be reached when a large body of existing information is examined together. Four of these stand out:

* The balance sheet. Although individual ecosystem services have been assessed previously, the finding that 60% of a group of 24 ecosystem services examined by the MA are being degraded is the first comprehensive audit of the status of Earth’s natural capital.
* Nonlinear changes. Nonlinear (accelerating or abrupt) changes have been previously identified by a number of individual studies of ecosystems. The MA is the first assessment to conclude that ecosystem changes are increasing the likelihood of nonlinear changes in ecosystems and the first to note the important consequences of this finding for human well-being. Examples of such changes include disease emergence, abrupt alterations in water quality, the creation of “dead zones” in coastal waters, the collapse of fisheries, and shifts in regional climate.»
in Millennium Ecosystem Assessment
VER também conferência do Prof. Timothy O'Riordan na Fundação Gulbenkian

José M. Sousa disse...

Um artigo que recomendo ao(s)estimado(s) anónimo(s)[a propósito do CO2]:

"Unsettled Science"

Saliento:

«In the climate field, there are a number of issues which are no longer subject to fundamental debate in the community. The existence of the greenhouse effect, the increase in CO2 (and other GHGs) over the last hundred years and its human cause, and the fact the planet warmed significantly over the 20th Century are not much in doubt. IPCC described these factors as ‘virtually certain’ or ‘unequivocal’. The attribution of the warming over the last 50 years to human activity is also pretty well established – that is ‘highly likely’ and the anticipation that further warming will continue as CO2 levels continue to rise is a well supported conclusion. To the extent that anyone has said that the scientific debate is over, this is what they are referring to. In answer to colloquial questions like “Is anthropogenic warming real?”, the answer is yes with high confidence. »

Anónimo disse...

Mas está a sugerir que os 450 artigos são todos a favor da teoria do AGW? Ou os que são, são de cientistas credíveis, e os restantes de pseudo-cientistas ou cientistas não credíveis? Antes de responder relembro-o que as previsões do stique de hoquéi não estão certas, mas não é por esse motivo Miguel Araújo passou a ridicularizar o modelo.

Miguel B. Araujo disse...

Caro anónimo, não inverta o argumento. Eu não tenho que demostrar nada a não ser que a frase que preside à página web citada é falsa:

"450 Peer-Reviewed Papers Supporting Skepticism of AGW caused Global Warming".

O meu não é o único artigo que não se encaixa nesta frase mas como é óbvio nem eu nem o leitor anónimo vai confirmar as 450 citações. Para mim basta ver a minha nesta lista para saber que origor não presidiu à constituição da lista e é disso que trata este post. Nada mais.

Quanto ao resto estamos no domínio de debates cujas conclusões estão longe de estar traçadas. Que não se ponha o carro à frente dos bois.

Anónimo disse...

OK. De qualquer maneira obrigado pela resposta.

Nuno disse...

Caro anónimo anterior,

A titulo de curiosidade perguntava se uma vez que na blogonovela do "climategate" é totalmente posta em causa toda a teoria do AGA por causa do rigor que um cientista directamente implicado pode ou não ter cometido relativamente a um aspecto do seu trabalho de que falou num email privado com um colega se esta falha grave de fiabilidade e de rigor do manifesto dos 449 (actualizado) não virá a pôr em causa toda a teoria do dito "cepticismo"?

Não estou a dizer que deva, estou a apelar ao sentido de escândalo e de pedidos de castigo exemplar que passou em relação aos emails.

Uma vez que existem muitos fãs de thrillers de conspiração em relação a este assunto deixava esta notícia de hoje:

http://motherjones.com/environment/2009/12/dirty-dozen-climate-change-denial-exxon#comment-267381

Faz lembrar aquela altura em que as tabaqueiras promoviam o "debate científico" que desafiava o consenso científico em torno do impacto do consumo de tabaco na saúde. Tudo em nome do rigor científico.

Anónimo disse...

Caro Miguel Araújo,

Infelizmente não foi o único, como pode ver no ponto 3 deste artigo:

http://www.guardian.co.uk/environment/georgemonbiot/2009/dec/07/george-monbiot-blog-climate-denial-industry

Anónimo disse...

Caro Nuno e caro MBA,
As minhas dúvidas sobre o AGW não têm a ver com o conteúdo dos mails pirateados. É evidente que todos nos damos a liberdades quando enviamos um mail a um conhecido ou amigo, que não nos daríamos se soubéssemos que o mail ia ser tornado público. Não é por acaso que prefiro manter-me anónimo... A divulgação destes mails choca-me e nem preciso de explicar porquê, até porque me faltariam palavras para o fazer. Mas é também por as minhas dúvidas serem anteriores a esta vilania, que são muitíssimo (desculpem-me a imodéstia) mais consistentes. Conforme já aqui referi noutros comentários, têm a ver com a qualidade dos dados, o modelo do problema de transmissão de calor, a precisão dos resultados do programa de computador, e a necessidade absolutamente imperiosa à luz do método científico, de todos os elementos anteriores serem públicos, para que a sua avaliação se possa realizar, sem reservas, por quem tiver capacidade para o fazer.
Boa noite e obrigado pelos esclarecimentos.
Anónimo das 11:43

Nuno disse...

Caro anónimo,

Saúdo a postura cautelosa em relação aos emails ou qualquer informação técnica que para um leigo (como eu) não terá grande significado.

Concordo que muito há a fazer para aproximar o trabalho ao público, não para evitar teorias de conspiração mas porque aproxima o público em geral de disciplinas que normalmente não estão acessíveis a programas escolares, por exemplo. Não estou certo de que se trabalhe em transprência total- nunca divulgaria a todos os colegas qualquer trabalho que estaria a desenvolver, por vários motivos que nada têm a ver com fraude. Mas admito que é uma postura pessoal.

Como afirma que tem competência para avaliar a consistência de certos dados vou assumir que é Climatólogo. Nesse caso encorajo-o a sair do anonimato e a pedir, ao abrigo do direito á informação, todos os dados de que precise para provar o seu ponto de vista.

Leigos como eu, que só poderão confiar (ou não) em quem tem competências para avaliar estes dados só podem beneficiar de um consenso consolidado por críticas consistentes.

Cumprimentos