quinta-feira, agosto 23, 2012

Mais uma cortesia do Paulo Fernandes...


... com quem tive uma interessante discussão sobre prioridades na política de gestão de fogos, na caixa de comentários do post sobre ignições.
"The choice is not whether or not these forests burn. The choice is how they burn.

4 comentários:

Anónimo disse...

Henrique,
Convém que se diga que este paradoxo da extinção/supressão do fogo se aplica na sua plenitude aos ecossistemas de coníferas do oeste da América do Norte, pouco produtivos e de clima continental. Aí a acumulação de combustível é lenta e o fogo frequente historicamente manteve florestas abertas que agora dão lugar a florestas densas e a incêndios de >50.000 hectares.
Em situações mais mediterrânicas e produtivas (e especialmente onde os matos são importantes) a acumulação é mais rápida e o fogo mais intenso, logo a extinção tende a ser bem mais difícil a não ser durante meia dúzia de anos (ou bem menos do que isso). Por isso é que em sistemas mediterrâneos é tão difícil domar o fogo, a não ser através de programas radicais de fogo controlado (como no sudoeste da Austrália onde o rácio de área queimada por fogo controlado e por incêndio é de 4:1). Por essa razão é que, ao contrário do resto dos EUA, o fogo controlado é comparativamente pouco usado no chaparral da Califórnia. Simplesmente não resulta aí ... Os nossos matos não estão expostos a condições meteorológicas tão drásticas, felizmente ...

Paulo Fernandes

Henrique Pereira dos Santos disse...

Paulo,
Não compreendo a tua renitência ao pastoreio dirigido, como ferramenta complementar do fogo controlado.
Mas teremos oportunidade de um dia discutir isto com base em casos práticos.
henrique

Anónimo disse...

Henrique,

Não tenho nenhuma renitência, apenas alguma tendência para o esquecer. Talvez deformação profissional. Já agora, o pastoreio (naqueles sistemas do oeste dos EUA) foi um dos factores que levaram ao descalabro actual: o gado eliminou a erva que alimentava o fogo frequente naqueles bosques abertos.

PF

Henrique Pereira dos Santos disse...

Tal como em tudo, a diferença entre o remédio e o veneno é a dose.
henrique