sábado, novembro 03, 2012

Acções de erradicação de eucaliptos?


"A acção será feita por voluntários e por todas as equipas ECOs-Locais que queiram participar, com a orientação de técnicos da LPN. A actividade consistem na erradicação de plantas invasoras (acácias e eucaliptos). O objectivo será o de todos os voluntários contribuírem para a preservação e desenvolvimento das espécies autóctones e do ecossistema associado."
Este parágrafo vem directamente do último boletim electrónico da Liga para a Protecção da Natureza.
Uma associação séria, que se dá ao respeito, não permite que uma palavra a mais num parêntesis destrua credibilidade em vez de criar valor.
É incompreensível o acrescento dos eucaliptos como invasora a erradicar:
1) Não existe consenso científico sobre a classificação do eucalipto como invasora (pelo contrário, existe quase consenso em não considerar o eucalipto como invasora e um pequeno grupo de investigadores que questiona, legitimamente, esse quase consenso);
2) Ainda que o eucalipto se considere uma invasora, a sua erradicação não tem qualquer dificuldade (as celuloses têm-no feito em centenas de hectares em que recuaram na produção de eucalipto, pelas mais variadas razões);
3) Misturar um problema gravíssimo e difícil como o controlo das acácias com uma birra ideológica como a erradicação do eucalipto só desvaloriza o problema das acácias, sem nenhum ganho para o combate à expansão do eucalipto.
E aqui estamos, num movimento ambientalista preso em fantasmas, sem consistência estratégico e refém das agendas dos seus activistas que infelizmente têm pouca relação com os problemas ambientais da sociedade portuguesa.
henrique pereira dos santos

2 comentários:

Anónimo disse...

Não é invasora, mas o país não deixa de estar sob Ocupação...

Anónimo disse...

Sem desconsiderar a sua opinião Sr.Henrique dos Santos e sem desconsiderar a árvore em si, considero que a floresta portuguesa foi e é gerida de forma criminosa e altamente destrutiva e lesiva para os interesses do povo português e benificio das grandes celuloses e do estado. Neste momente não existe floresta e é com grande tristeza e indignação aquilo que vejo. Espero que um dia a consciência deste povo possa despertar e trave de forma definitiva esta forma perdadora e odiosa com que se trata um bem tão precioso e frágil como são os ecossistemas naturais, riqueza maravilhosa e que nunca poderá ser traduzida em euros, que as gerações futuras deveriam disfrutar, cuidar e proteger.