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Em Portugal, o envolvimento de partes interessadas ainda é um assunto relativamente desconhecido; no entanto, em certas áreas começa a entrar na agenda dos conselhos de administração. A área de gestão florestal é muito propícia para implementar iniciativas de envolvimento de partes interessadas e os processos de certificação florestal têm sido um dos motores destas iniciativas.
Surgiu agora um exemplo prático de envolvimento de partes interessadas: a empresa Altri Florestal lançou recentemente um projeto de envolvimento, em que oferece a possibilidade a organizações interessadas, no sentido mais lato possível, de estabelecer uma parceria na gestão da biodiversidade de duas propriedades florestal no SIC da Serra de Monchique.
Trata-se de duas propriedades, no total de cerca de 90 hectares, ocupadas por vegetação mediterrânica típica da serra, com dominância de medronhais e urzais, mas também com formações interessantes e relativamente raras, como os adelfeirais de Rhododendron ponticum subsp. roboris. A zona é de ocorrência habitual da águia de Bonelli e tem condições muito favoráveis para o lince-ibérico.
O que se pretende nesta iniciativa é ceder a gestão destas propriedades a uma entidade com mais conhecimento e mais vocação para estas áreas de conservação. A parceria permite por um lado dar uma nova dinámica à gestão das propriedades em causa, como por outro lado partilhar experiência e conhecimento entre as duas organizações envolvidas na parceria.
A Altri Florestal abriu um processo de concurso público para a apresentação de propostas para a gestão das propriedades, aberto a qualquer entidade com ambição para assumir a gestão de propriedades florestais. Para tal, é preciso descarregar o caderno de encargos através do blogue da empresa e elaborar a proposta. Depois de analizadas as propostas recebidas, será escolhida a proposta mais interessante em termos de gestão dos valores de biodiversidade e natureza.
Henk Feith
Responsável para gestão florestal da Altri Florestal
2 comentários:
Experiência e vocação não faltam, o dinheiro é que... e Cabeço Santo é, antes de mais, o resultado do esforço de um homem; Faia Brava é o exemplo mais indicado mas não existiria sem o financiamento holandês...
Nem o esforço de um homem nem o financiamento holandês (e deve estar enganado a este respeito) caem do céu. Nós, ATN, estamos a avaliar o caderno de encargos para concorrer e temos pena se esta iniciativa for única, dentro e fora da ALTRI.
henrique pereira dos santos
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