Os Verdes resolveram fazer prova de vida enquanto partido verde.
E fizeram-no com uma decisão acertada e que deveria estar a ter neste momento um entusiástico apoio do movimento ambientalista (e, já agora, dos movimentos de cidadãos que lutam pela transparência na administração pública).
Já aqui disse o que penso do sistema PIN. Na sequência aliás de outros posts com a mesma opinião.
Não tenho a menor simpatia pelo partido ecologista "Os verdes".
Há muitas razões para essa falta de simpatia, uma delas bem concreta, em Santarém, no início de uma difícil sessão de discussão pública do Plano de Ordenamento do Parque Natural das serras de Aire e Candeeiros (uma derrota amarga).
A sala tinha sido mudada para acomodar as dezenas de pessoas que tinham acorrido à sessão, na sua enorme maioria exploradores de pedreiras e outros contestatários de algumas normas do plano.
Francisco Madeira, deputado do partido ecologista "Os Verdes" entra na sala com a sessão já começada, interrompendo a intervenção em curso com a sua entrada espalhafatosa, instala-se e sem ter ouvido as intervenções iniciais, pede a palavra na fase de discussão. Faz uma intervenção vergonhosa e cobarde, nunca falando do conteúdo concreto do plano, dizendo que era favorável a uma política de gestão das áreas protegidas que garantisse a conservação dos recursos, mas que o facto da sala ter a assistência que tinha era uma demonstração de que as populações não tinham sido ouvidas e que era portanto preciso recomeçar o processo ouvindo as populações. E sem esperar a resposta à intervenção, sai mansamente.
Não esqueci esta intervenção ignorante (não tinha lido nada do que estava em discussão), demagógica e cobarde, e tenho muitas vezes a sensação de que é esta a trave mestra da intervenção dos verdes.
Mas desta vez estão carregados de razão: não há razão nenhuma para que a oposição, agora que tem a maioria, não revogue a regulamentação dos PIN.
Sigamos o processo com atenção.
henrique pereira dos santos
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