O Financial Times de hoje tem um suplemento especial sobre alimentação que vale a pena ser lido numa óptica ambiental.
Num dos artigos mais interessantes fala-se do problema bem sério da ferrugem do trigo, que se pensou um dia que era um problema do passado, mas que desde 1998/ 1999, quando ressurgiu em força no Uganda, se tem vindo a espalhar, temendo-se que entre brevemente nas zonas produtoras da índia e bangladesh e afeganistão, o que poderia provocar milhões de mortes (esta discussão foi tida na lista ambio há algum tempo, incluindo o papel das plantas genéticamente modificadas na eventual defesa em relação a este risco, bem real).
É um exemplo típico das razões pelas quais a política de conservação da biodiversidade deve ser uma política pública já que o mercado lida mal com este tipo de problemas e não tem solução para eles.
Mas como quem lê este blog há mais tempo saberá, um dos meus maiores interesses é a relação entre alimentação e sustentabilidade (e dentro disto a gestão de paisagens a partir da alimentação).
E desse ponto de vista há um artigo muito interessante, que no essencial se baseia neste relatório do WWF, cuja leitura, pelo menos do sumário, merece o esforço.
Claramente uma perspectiva equilibrada dos impactos da alimentação, longe dos maniqueísmos frequentes nos meios veganos que pretendem que tudo se resolve mudando para dietas vegetarianas. O estudo tem análises preocupantes dos efeitos das nossas opções alimentares em países terceiros (no mesmo dossier do financial times refere-se a práctica cada vez mais habitual de garantir a produção de bens alimentares através da compra de terra em países terceiros, por parte das companhias mais ligadas ao negócio).
Um exemplo desses impactos, referido do relatório, é o do consumo de óleo de palma, mas poderia também ser o do consumo de azeite, referido neste estudo, que vários vezes tenho aqui referido em alternativa à manteiga, numa boa demonstração da complexidade da discussão em torno de uma alimentação sustentável.
A sustentabilidade não é um mar de rosas.
henrique pereira dos santos
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