Com frequência falo deste projecto.
Comecei aqui, continuei a discutir aqui as objecções de uma das poucas pessoas que não acha boa a iniciativa, e mais tarde fui dando conta do meu desencanto, por exemplo, aqui e aqui.
Falei da escola na natureza a propósito do encerramento do país aos poucos, para explicar como a opção de fechar escolas da forma como se está a fazer não é um fatalismo a que o realismo político se verga, mas o corolário de uma visão do mundo rural como espaço produtivo inviável.
Ora este post resulta dos comentários do Nuno a esta última referência à escola na natureza.
Tentei fazer o projecto dentro do ICNB e falhei. Tentei interessar alguns promotores de projectos de conservação da natureza no projecto para o desenvolverem numa lógica de rede criando desta forma uma fonte de financiamento à sua actividade e falhei. Tentei interessar uma empresa de consultoria a partir de candidaturas a um dos vários programas de financiamento existentes, de forma a criar o primeiro embrião da rede autónoma de produtores de biodiversidade de que falei antes e falhei.
Para mim falhar é sempre uma coisa mais ou menos temporária, já vi renascer das cinzas muitas ideias minhas consideradas inviáveis (algumas até pela mão de pessoas que tinham o poder para as considerar inviáveis e depois, felizmente e por acaso, tinham as mesmas ideias mais tarde. Mais chato é quando aparecem tão deturpadas que se tornam mesmo inviáveis ou desviadas dos objectivos iniciais, como também aconteceu de quando em vez).
Neste caso nem é uma ideia minha, é apenas uma ideia copiada com a qual perdi muitas horas a estruturar a forma de a levar à prática.
Portanto não me importo de arriscar outro falhanço apoiando a ideia do Nuno: levar à prática a escola na natureza a partir das comunidades escolares, ligando-as aos empreendedores que no mundo rural queiram entrar para o barco.
É possível, é sustentável e, infelizmente, é possível que a sua execução fora do mundo da conservação permita melhores condições de execução, usando todo o mundo rural em que haja alguém que queira.
Nuno, apesar do video com o que vou ilustrar o enésimo post sobre a escola na natureza, podemos começar hoje a fazer a associação escola na natureza e a montar o projecto.
Sem dinheiro, é certo, mas isso também não é o essencial.
Seja bem vindo quem vier por bem.
henrique pereira dos santos
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